Diaporama proporciona uma viagem no tempo através de diapositivos de 35 mm encontrados em diversas partes do mundo, revelando fotografias pessoais de autores desconhecidos, que se misturam com desperdícios da projeção de filmes em película e gravações áudio em fita magnética da era analógica.
As projeções de imagens do Diaporama, tal como a criação sonora que as acompanha, tiram partido da arquitetura da sala onde são instaladas e são por isso site specific e time specific, refletindo também o local e o tempo em que trabalhamos. Documentamos o nosso trabalho numa cassete áudio porque nos permite materializar e transportar sons e imagens num suporte que se afirma como uma resistência à digitalização e à imediatez.
A gravação de som em fita magnética é um meio de difusão de áudio que nunca se extinguiu, apesar de ser esmagado por tantos outros formatos digitais e de certa forma declarado obsoleto, como os diapositivos de 35 mm que servem a parte visual do “Diaporama”.
Este trabalho deixa uma questão latente: Quando morrermos para que servem os arquivos pessoais que acumulamos?
As fotografias originais que são o objeto deste trabalho foram adquiridas ou encontradas em vários países, sem qualquer informação associada sobre a sua origem, autoria ou identificação das pessoas representadas. Supomos que essas pessoas já desapareceram, mas se não for esse o caso e alguém conseguir identificar ou provar uma relação com elas, fazemos questão de os identificar, respeitando a autoria ou devolver-lhes os originais.
Cesário Alves
Concluiu doutoramento em 2018 no College of Arts Humanities and Education da University of Derby, no Reino Unido, onde desenvolveu investigação no campo da fotografia vernacular e as suas apropriações na arte contemporânea. Leciona fotografia nos cursos da Escola Superior de Media, Artes e Design (Politécnico do Porto), em Vila do conde.
Miguel Pipa
Movimenta-se entre as artes plásticas e a sound-art. Interessa-se em particular pela construção e modificação de instrumentos eletro-acústicos que utiliza em performance ou instalação. Desenvolve colaborações com outros artistas em áreas próximas do teatro, música, dança e performance. Investiga e pratica formas de tatuagem primitivas (hand poke).
Mariana Sardon
Após formação em Multimédia, Música Interativa e Sound Design, tem-se dedicado à exploração e construção de peças sonoras e visuais, para apresentação em contextos de performance ou de instalação.
Helder Luís
Estudou design gráfico e tipografia, áreas em que trabalha profissionalmente com regularidade desde 1996. Desenvolveu trabalho como artista multimédia e músico, quer individualmente, quer em colaboração com outros artistas. Atualmente estuda e desenvolve ensaios de fotografia e cinema documental.