Jean Genet (1910-1986) não se considerava um dramaturgo, mas o teatro foi um território onde experimentou, provocou e destruiu, com contundência e com alegria. Legou-nos um conjunto de peças “obliquamente políticas”, que escreveu na língua da ambiguidade e da ironia, recusando evidências ou certezas.
Para ele, o palco era um lugar “vizinho da morte, onde todas as liberdades são possíveis”, em estado de permanente revolta: “Gostaria que o mundo mudasse para eu ser contra ele.” Nesta curta digressão pela sua obra, começamos por visitar Colónia Penal, peça onde ensaiou uma reconstituição em chave autobiográfica do universo prisional, e terminamos com A Varanda, onde convocou uma multidão de metáforas para nos falar do teatro, da revolução e da solidão. Pelo caminho, oportunidade ainda para ler Splendid’s, um magistral elogio à traição e ao disfarce.
Em dezembro, depois da passagem do furacão Genet, as Leituras regressam à casa de partida, para mais uma sessão dedicada à dramaturgia portuguesa contemporânea.
Jean Genet
20 set | Colónia Penal
18 out | Splendid’s
15 nov | A Varanda
Dramaturgia Portuguesa Contemporânea
20 dez | Peças curtas de Bruno dos Reis, Cátia Faísco, Gonçalo Waddington, Miguel Loureiro, Paulo Barrosa, Ricardo Cabaça
Leitura Extra
11 out | Overdrama, de Chris Thorpe
Integra o programa Uma Família Inglesa 2016, da Mala Voadora.