O filme Mestres, Mães do Mar, de Joana Araújo, conquistou Melhor filme na categoria "Introspection" no FOMI - Festival of the Moving Image, da UCL, em Londres.
O documentário foi realizado em 2023, no âmbito das Residências Artísticas do Mestrado em Cinema e Fotografia, que decorreram no município de Vila do Conde.
Mestres, mães do mar, retrata as mulheres de força que suportam a família e a venda do peixe, movidas pela tradição de uma sociedade matriarcal, em Vila do Conde. Sendo um verdadeiro exemplo de empoderamento feminino, é através do seu quotidiano que Filomena, Lurdes e Hermínia se sobressaem enquanto seres individuais, fugindo dos estereótipos comumente associados às peixeiras. Embora muito diferentes, as três gerações de Mestres partilham os mesmos valores: o amor à família, a dedicação à sua profissão e o prezar pela sua independência. Em Portugal e na cultura ocidental em geral não é comum encontrarmos comunidades assumidamente matriarcais, pelo que as Mestres se tornam figuras de forte presença nas Caxinas e que, através do acompanhamento do seu quotidiano, preserva-se para memória futuro e homenageia-se estas mulheres de força, que mesmo perdendo pais, maridos, filhos, no mar, continuam a gerir as suas famílias e o seu negócio, constituindo o pilar do seio familiar e assumindo uma posição de poder perante os trabalhadores dos barcos da pesca e dos próprios maridos.